Parece tão óbvio e é! Enquanto houver mulheres que decidem passar uma borracha nas traições dos homens, haverá homens que seguirão traindo. É um ciclo sem fim, presente muito antes da formação da sociedade moderna.

Somos bombardeadas, desde pequena, de filmes e livros trazendo homens que pisam na bola com suas namoradas/mulheres, mas que se arrependem durante a jornada do herói e no final, reconquistam a confiança, prometendo uma mudança para sempre. O disco é sempre o mesmo.

Esse tipo de filme não está colando mais, podemos ver uma decadência no gênero comédia romântica, que parou de fazer sucesso como os clássicos do passado. Apesar de ainda ser comum esse tipo de narrativa – na vida real mesmo, muitas pararam de aceitar esse discurso ultrapassado e empresas começaram a investir em filmes com narrativas diferentes, sem ter o homem que trai perdoado no final do filme, em busca do felizes para sempre.

Os homens, quando assumem uma traição são perdoados facilmente, não apenas pela mulher que foi passada para trás, mas por toda a sociedade. O apoio que o jogador Neymar recebeu de seus amigos, com passagens bíblicas, não é incomum.

Enquanto isso, nós mulheres, somos massacradas por uma traição hipotética, com cancelamento de trabalhos e uma longa lista de xingamentos. “Puta, vagabunda e interesseira, eu fazendo o meu trabalho e escutando só besteira”. O trecho de Luísa Sonza escanara na nossa cara como uma mulher que nem errou pode ser massacrada, imagina só se, tivéssemos errado. Não restaria mais carreira – talvez vida – para ser lembrada, é fato.

Os homens não perdoam as mulheres e esse não é o motivo que as levam a não trair. Mas é a simples constatação de fatos. Não somos perdoadas, se você mandar uma mensagem agora, de oi, como foi vazada do tal jogador, seu relacionamento vai terminar agora. Ressalvo para alguns homens, que talvez, disse, muito que talvez, deixem isso no passado.

Alguns casos ainda mais desastrosos, quando a mulher não é exposta e morta por uma pulada de cerca. Quantos homens foram vítimas de violência por terem traído? Quantos homens são expostos e ridicularizado, como o caso da mulher que foi fazer as unhas e estava com o amante? Se fosse, talvez não restasse homens para contar história. Mulheres são massacradas, no sentido literal da palavra, quando pensam em errar e quando erram, pode ser fatal.

Enquanto isso, do outro lado, há homens a todo momento sendo perdoados, por uma mensagem, uma curtida e qualquer que seja o tipo de traição, consumado ou não. Eles seguem fazendo, porque seguem sendo perdoados. Uma, duas, três e dez vezes. Eles não têm medo e nem deveriam ter, pois nada acontece.

É triste, mas enquanto houver mulheres perdoando, haverá homens traindo.

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